domingo, 28 de dezembro de 2008

Sobre a Verdadeira Intimidade

Ao menor sinal da verdadeira intimidade, seja ela de amigo ou amante, suas ilusões irão cair, uma a uma, derrubadas por este "invasor permitido". Uma vez intimo, abre-te portas pesadas, enferrujadas e esquecidas. Ao menor sinal da verdadeira intimidade, seja ela de cão ou criança, já não és mais responsável por somente por você, mas também pelos teus intimos, pessoas de sua adoração. E vice-e-versa, se é que versa-se tais coisas.
Ao menor sinal de tal intimidade, te sentiras confuso, aflito, preocupado, ansioso, e tudo mais, com problemas que nem são seus. Problemas que você nunca imaginou ter, não tem, mas que, mesmo assim, te afetam, te sobrecarregam e te deixam tão mal quanto se atingissem sua própria carne. Te cansam como se fossem alojados em suas costas. E não há só essa batalha! O problema da intimidade vai além...
Mas veja lá, em tudo na vida, existe tal dualidade! E a intimidade não é diferente, infeliz amigo. O infortúnio foram todas, ou quase todas palavras falarem da parte trabalhosa do árduo ofício do íntimo. E que seria do homem sem o trabalho? Essas dualidades da vida não são obscuras nem luminosas. São apenas... diferentes. Adiante.
Vai frustrar-te com o outro, vai querer ter o comando, quando nada pode fazer. Vai querer conduzir, confortar e batalhar, junto. Mas não pode. A intimidade nos dá a idéia de possuirmos tais poderes. Poderes divinos e vagos.
Ao menor sinal de intimidade, verdadeira intimidade, devemos amar. Amar com intimidade verdadeira, poder também divino, mas acessível a nós, se assim desejarmos. É preciso ser prudente, paciente e corajoso. Seus desejos mais profundos irão se satisfazer quando a pessoa intima em questão, a pessoa que te preocupa e que te cativa ter pernas fortes e uma mente corajosa. Aí sim terá feito sua parte. De resto, não te culpas, e abraça-o.

____________________________________

Vocês não têm noção de como estou me sentindo perdido para escrever sem as propostas das aulas! Está me fazendo uma falta danada.
Saudades de todos vocês e daquelas quintas que passaram tão rápido.

Felipe.

sábado, 27 de dezembro de 2008

2009, por acaso, quinta-feira

Num apartamento
Perdido na cidade
Alguém está tentando acreditar
Que as coisas vão melhorar
Ultimamente
A gente não consegue
Ficar indiferente
Debaixo desse céu
Do meu apartamento
Você não sabe o quanto eu voei
O quanto me aproximei
De lá da Terra

As luzes da cidade
Não chegam nas estrelas
Sem antes me buscar
E na medida do impossível
Tá dando pra se viver
Na cidade de São Paulo
O amor é imprevisível como você
E eu
E o céu

(na voz de Zelia Duncan)

Lá vou eu. Lá vamos nós
Maysa

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal e leituras

Graaaaaande Maysa

Topo com certeza esse lance de discutir livros. Penso que para maior participação seria legal fazer reuniões uma vez por mês, sempre regadas a muita comida...rsrsrs, e os livros, devem ser de dominio publico para que quem não puder paga-los, possa baixa-los na internet. De resto, só falta desejar um Feliz Natal a todos.

Abraços

Will.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

e ai pessoal, cade vocês?

Po gente... foi só o curso acabar e todo mundo sumiu? Ninguém quis vir comer torta, no "sarau" do Danilo, só foram a Maysa, a Thaís e a Valéria, agora ninguém postou nada, tirando é claro, a Maysa... poxa gente... achei que o nosso elo duraria mais tempo, que chato isso... Hoje eu estava no parque e vi uma cena muito legal e resolvi descreve-la, para melhorar minha tecnica descritiva, e acabou saindo um poeminha, acho que influencia do presente da Érica, então resolvi postar aqui... diria para comentarem, mas pelo jeito isso vai ser difícil...


Amor Passarinho

Amor passarinho
Sem ninho
Em revoada

Caça
Acasala
Brinca

E as vezes
Mergulha n'água
Limpa

Súbito se vai
Some
Tarde finda (?)

Quinta-feira

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
livre
fim da enumeração caolha
Maysa

domingo, 14 de dezembro de 2008

Comprometimento

Galera,O curso acabou mas nossa vontade continua. Não podemos nos ver mais pessoalmente mas estaremos vivos através deste blog. Tenho alguns textos que não pude ler em aula então vou disponibilizar aqui OK!!! Me comprometo a fazer isso!!!!Saudades de todos já, só de pensar que nessa 5ºf não nos veremos......Bjus a todos

E viva o BLOG

Achados e perdidos

Tenho um quarto onde o meu ‘tudo’ está guardado. É muita coisa: livros, jornais, xerox, clipes, pedaços de papel com anotações, planos para conquistar o mundo, etc, etc, etc. Hoje iniciei a pré-produção do acumulado em 2008. Dei uma olhada por cima para fazer o cronograma e listar quantas caixas de arquivo preciso comprar. 2008 será em breve um arquivo morto.

Bom, mexendo nas coisas, encontrei um jornal chamado O Casulo, de agosto deste ano. Lá tem um poema da Érica. Então, desde agosto (acho), conheço a Érica por meio de um texto, uma imagem impressa.

Vejo que a faxina anual, como sempre, reserva surpresas. Se der, farei um diário contando sobre outros achados (e perdidos). A arrumação demora uns dias.

Isto é publicidade:
* O próximo número d’O Casulo tem poemas do Danilo. O lançamento é quarta-feira agora (17.12), às 19h, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima.

Até mais!
Maysa

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"Canela" (Minha Des[dis]crição)



Lá menor em leves golpes. Vem devagar e acrescendo num tom cortante. O lá menor parece triste e misterioso. Logo alterna com sua forma sustenida, n’um vai e vem inebriante, fazendo esquecer sua forma triste e incita ao mistério e voluptuosidade.
Lá menor e mi, num ritmo quebrado. O mi, que é grave e sensual, parece acalentar o lá menor, embalando ainda mais o ritmo, como um nobre cavalheiro. O casal de notas ameniza o caos no braço do violão vermelho.
A madeira rubra, antiga e gasta, treme retumbando cada nota que os dedos abocanham nas seis cordas. Deslizam nas suas dezenove casas, também gastas pelo tempo. Se tal seqüência de notas tivesse um cheiro, este seria agridoce, como os condimentos do oriente médio.
O ritmo acelera. Palmas e sapateados cruzam-se, misturando-se com o cheiro das flores de canela e essências excêntricas, que são queimadas em lâmpadas de azeite. Os vestidos vermelhos de várias camadas rodopiam, e vez ou outra são carregados de um lado para o outro pelas mãos de quem os veste. Mãos com unhas afogueadas.
Os pés continuam batendo no assoalho de madeira com firmeza, ecoando ao longo da grande sala, marcando cada contratempo com precisão. Pés e mãos em harmonia giram e contornam formas sutis no ar, enquanto o ritmo quebra e volta à tona, rasgando os ares andaluzos. Subitamente a música pára, e os vestidos derramam-se pelo chão lentamente, conforme os corpos vão se deitando em cima das próprias pernas, em movimentos ternos.


(Felipe)

___________________________________________

Pessoal, vamos usar das "tags" (marcadores) para deixar tudo mais organizado, colocando ali em baixo as palavras principais (ou idéias) do texto. E vamos postar também!
Abraços!

fim de semana

Gente, o convite que eu fiz, para virem comer torta aqui em casa está de pé... ninguém ainda comentou nada, tirando a mega intimada que a Thais fez no comment ali em baixo...rsrsrs bom, de qualquer forma, sábado tá meio complicado pra mim, mas creio que domingo, no período mais tarde/noite esteja tudo bem... manifestem-se, afinal, não vai ter graça comer a minha tão esperada torta, se vocês não vierem... pra quem quiser eu passo o meu endereço por e-mail, e até faço desenho de como chegar... é pertinho do metro, então não tem desculpa hein...
Abraços a todos
Will

Biblioteca Alceu Amoroso Lima

Endereço e como chegar:

Rua Henrique Schaumann, 777
Esquina com a rua Cardeal Arcoverde
Pinheiros - 05413-021 São Paulo, SP
Tel.:11 3082-5023
bmalceualima@yahoo.com.br


Metrô
Estação Clínicas (Linha 2 – Verde)
A estação, localizada na avenida Doutor Arnaldo, 555, é o meio mais fácil de se chegar à Biblioteca utilizando o metrô. A uma distância de 9 quadras (aproximadamente 1,3 km), pode-se ir a pé, descendo a rua Teodoro Sampaio, ou tomar um ônibus que desça a rua Cardeal Arcoverde (647C - Term. João Dias, por exemplo) até a altura do Cemitério São Paulo.

Ônibus
Sugestões de ônibus que passam pela Biblioteca
701 A – Metrô Vila Madalena – Pq. Edu Chaves
701 U – Butantã USP – Jaçanã
715 F – Shopping Continental – Largo da Pólvora
719 P – Pinheiros – Metrô Armênia
719 R – Metrô Barra Funda – Rio Pequeno
724 A - Pinheiros - Aclimação


Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/alceu/index.php?p=83

Até mais!
Maysa

Encontros: Rumos Literatura

É no Itaú Cultural. A entrada é gratuita
Maysa

Ensaístas, professores, sociólogos, poetas e tradutores examinam e questionam o ofício da crítica literária, cuja essência é, justamente, o exame e o questionamento.
Como se comporta a crítica diante de novos gêneros e, mais ainda, diante das metamorfoses da cultura literária? Qual o lugar da crítica nos novos meios e veículos de comunicação? Que direção tomaram as formas do discurso crítico?
Essas são algumas das indagações do Seminário Internacional Rumos Literatura, com curadoria do tradutor e professor Samuel Titan Jr.

sala itaú cultural 195 lugares
entrada franca − ingresso distribuído com meia hora de antecedência
informações 11 2168 1777 www.itaucultural.org.br

segunda 15
19h30 - Lançamento livro Protocolos Críticos

Seminário


terça 16

19h30 Crítica Literária e Crítica Cultural com José Miguel Wisnik e Martín Kohan mediação Natalia Brizuel
Seja a respeito da história, seja da música, da política ou do futebol, o crítico literário vive constantemente a tentação íntima - e a solicitação pública - de se pronunciar sobre temas que vão além da arte verbal. Como entender e avaliar esse ímpeto em tempos de crise da cultura letrada e da instituição da literatura? Nesta mesa reúnem-se Wisnik, músico, ensaísta e professor de literatura brasileira na Universidade de São Paulo (USP); Martín Kohan, professor de teoria literária na Universidade de Buenos Aires; e Natalia Brizuela, professora do Departamento de Espanhol e Português da Universidade Berkeley.

quarta 17
17h30 Atualidade de Erich Auerbach com Earl Jeffrey Richards, Leopoldo Waizbort e Martin Elsky mediação Samuel Titan Jr.
Nome central da crítica e da historiografia literária no século XX, Erich Auerbach sempre evitou formular um corpo de doutrina - ao mesmo tempo que encarnava com toda nitidez certa atitude intelectual diante do século e da literatura. Qual a atualidade de sua discrição e firmeza? Debatendo o tema, estão o alemão Earl Jeffrey Richards, professor de literaturas românicas na Universidade Bergische, em Wuppertal; Leopoldo Waizbort, professor de sociologia da USP; Martin Elsky, professor da City University de Nova York; e o curador do seminário, Samuel Titan Jr., tradutor, ensaísta e professor da USP.

19h30 As Formas da Crítica com Flora Süssekind e Silviano Santiago mediação Lourival Holanda
Do tratado e da epístola à resenha e ao ensaio - a crítica das formas verbais viveu e vive uma contínua transformação verbal, a ponto de muitas vezes confundir-se com a própria criação literária. Por quais caminhos se deu essa reinvenção das formas críticas e o que devemos esperar pela frente? A mesa traz a pesquisadora da Casa de Rui Barbosa e crítica literária, Flora Süssekind; o escritor, crítico literário e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Silviano Santiago; e o ensaísta e professor da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), Lourival Holanda.

quinta 18
17h30 Crítica e Poesia com Marco Lucchesi e Marcos Siscar mediação Gonzalo Aguilar
O século XX assistiu à transformação das relações tradicionais entre poesia e crítica: longe de se submeter como objeto passivo ao exame crítico, a poesia moderna, em suas várias vertentes, apresentou-se como lugar privilegiado do exercício da crítica. Lírica e crítica, poesia e reflexão constituem o objeto desta mesa, com a participação do poeta, tradutor de poesia e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marco Lucchesi; do professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marcos Siscar; e do professor da Universidade de Buenos Aires, Gonzalo Aguilar.

19h30 Atualidade de Machado de Assis com João Cezar de Castro Rocha e Pedro Meira Monteiro mediação Sandra Vasconcelos
Medalhão ou subversivo, figura veneranda ou agente provocador? Machado de Assis é o tema desta mesa, que reúne jovens críticos literários para discutir menos o legado e mais o enigma desse autor crucial para a formação da literatura brasileira. O brasileiro radicado na Inglaterra, professor de literatura na Universidade de Manchester, João Cezar de Castro Rocha; o brasileiro radicado nos Estados Unidos, professor de literatura brasileira na Universidade de Princeton, Pedro Meira Monteiro; e a professora de literatura de língua inglesa na USP, Sandra Vasconcelos, debatem sobre Machado de Assis.


Oficina
terça 16 quarta 17 dezembro
14h30 às 17h Literatura ou Práticas Literárias com Heloisa Buarque de Hollanda
O cabelo dela é um grito
A roupa diz
Sou negra sim!
Sou afro, sou preta!
Sou guerreira das favelas
Sou resistência
O zumbido que incomoda seu sono
A racionalidade que combate
A sandice do seu carater podre!
Meu sangue você tem!
O mesmo sangue que te abençoou a vida
E aqueles hematomas que você desejou que todos ignorassem
A fim de não ser questionada suas ordens
Ardem, crepitam, flamejam

domingo, 7 de dezembro de 2008

Poeta de campos e espaços

Vamos pensar além do suporte impresso:

site Augusto de Campos

http://www2.uol.com.br/augustodecampos

Gosto muito do poema-bomba e dos móbiles.

Viva a vaia!
Maysa

AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!!!!!

Que chato, já está chegando o último dia... não vale isso...
Maaaas, ainda não é hora de despedidas, ainda é hora de escritas, e criativas de preferência...
To postando agora umas tentativas de enumeração caótica que a Thaís fez junto comigo por msn, não sei se é bem isso, mas foi divertido de fazer, então leiam e, (eu sei que to pedindo muito) comentem se possível... ai vai:

Tentativa 1:

1- banco
2- areia
3- praia
4- montanha
5- verde
6- olhos
7- óculos
8- você
9- mala?
10- eu?

Tentativa 2

1- talvez
2- nós
3- dois
4- um dia
5- devêssemos
6- cantar
7- uma
8- nova
9- música
10- de natal

Tentativa 3 (com a diferença que nessa a Thaís condicionou que a última letra de cada palavra deveria ser a primeira da próxima e a última letra da última palavra deveria ser a mesma da primeira letra da primeira palavra)

1- pipoca
2- amendoim
3- manteiga
4- azeite
5- empadão
6- orgulho
7- omite
8- emite
9- transmite
10- elep?

Bom, é isso... abração galera!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ao redor do vermelho

De aula 3


Nem tudo é cinza na cidade. É difícil enxergar, é preciso estar bem atento, e principalmente sair da pressa alheia, Observar vagarosamente, conseguir enxegar através da neblina escura. A fuligem negra é implacável. A resistência? Em cada carro lavado na manhã de domingo, e de vez em quando no toldo na lanchonete da esquina.

Nessa esquina passam carros, param pedestres e cães. O prédio, observa a tudo isso enegrecendo junto com todo o resto. O ônibus tem a lateral verde, talvez por isso não passe por essa esquina, mas na rua de baixo. Os táxis sim se sentem bem a vontade por aqui, passam no sinal amarelo mais rápido que no verde.

Aliás táxi nessa cidade é semi-elegância, é ter motorista em carro branco, de lataria invuneráveis à fuligem, mas taxista é motorista descartável e alguns cheios de fuligem. Elegância mesmo é ter motorista em tempo integral de uniforme e carro anti-fumaça.

Verde-esfumaçado é a cor da árvore em frente ao prédio, a mesma cor da bandeira hasteada no prédio ao lado. Nada azul, talvez o céu, talvez, porque o vício na fumaça esteja me fazendo mudar de tom.